A persistência da memória
Somos um Sonho divino que não se condensou, por completo, dentro dos nossos limites materiais. Existe, em nós, um limbo interior; um vago sentimental e original que nos dá a faculdade mitologica de idealizar todas as coisas. Se fossemos um Ser definido, seriamos então um Ser perfeito, mas limitado, materializado como as pedras. Seria uma obra de arte e não uma vivente criatura, pois a vida é um excesso, um ímpeto para além, uma força imaterial, a imperfeição.
Ardemos num incêndio de esperança, para que reste de nós uma lembrança, um fumo que sobe e não se apaga.
Tudo é memória:um fumo leve, em mil visagens animadas; ou denso, em formas inertes e sombrias; e, ao longe, a grande fogueira invisível que os demónios e os anjos alimentam. Vivo porque espero. Lembro-me, logo existo.
2 Comments:
Será mesmo a "vida" um excesso e algo imperfeito?
Coloquemos a questão desta maneira:
"-Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado...
Continuas bonita como sempre
Há textos teus, há mts textos teus em que dizes isto, melhor, há todos os textos teus que dizem isto.Condensaste, e fizeste bem, as ideias mas não as divides por compartimento o que ainda é melhor.Não cordo com o Romeiro porque eu axo que a vida é a sua significação, mas são opinações.
Gostei de te ler e de te ver e sobretudo de saber que tu existes.
Um Beijo Dum Sapo.
P.S.- Tás lempre a refilar k n tenho nada no meu blog pa tu comentares já lá está uma coisa. Um beijinho!
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