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Sitio do Sonho: Tu e Eu (II Parte)

Sonhos acabadinhos de sonhar....

Sitio do Sonho

Aqui me tendes agora. Aproveitai enquanto assim me apraz, a mim – que já tive muitos nomes e por quem milhares de luas já passaram! A mim, a quem chamaram Filha, Irmã, Mãe, Rainha, Fada e Gran-Sacerdotiza... A mim, mulher jovem de tão idosa que sei ser!, mulher bela de tanta fealdade já ter dominado. Aqui estou eu, a Fada Morgaine!

domingo, junho 05, 2005

Tu e Eu (II Parte)

-"Surgiste. Assim, como a invariável madrugada, surgiste, nasces-te, apareces-te tú, Romeiro, das sombras vindo. Vieste. Abri-te as minhas portas e perguntei: "Quem és tu Romeiro?"
-"Ninguém".
Ninguém e toda a gente. Ninguém que a minha loucura sonha, ninguém em quem a minha insanidade acredita. E tú, Romeiro, porque vens até mim? Porque me fazes acreditar nas tuas palavras, porque me fazes divagar, pensar por momentos que TÚ és ELE, porque me fazes morrer a seguir e render-me ao ninguém que vive em ti?"

Terá sido este o começo da tua maior dúvida? Eu ser o Dafne?
Eu Romeiro=(ninguém) já lia a tua dor a 29 de Março.

Se fizermos a leitura de MILAN KUNDERA – A Insustentável Leveza do Ser, isto poderá ser assim:

Os homens que têm a mania das mulheres dividem‑se facilmente
em duas categorias. Uns procuram em todas as mulheres a ideia que
eles próprios têm da mulher tal como ela lhes aparece em sonhos,
o que é algo de subjectivo e sempre igual. Aos outros, move‑os
o desejo de se apoderarem da infinita diversidade do mundo feminino
objectivo.
A obsessão dos primeiros é uma obsessão lírica; o que procuram
nas mulheres não é senão eles próprios, não é senão o seu próprio
ideal, mas, ao fim e ao cabo, apanham sempre uma grande desilusão, porque, como sabemos, o ideal é precisamente o que nunca se encontra.

Como a desilusão que os faz andar de mulher em mulher
dá, ao mesmo tempo, uma espécie de desculpa melodramática à sua
inconstância, não poucos corações sensíveis acham comovente a sua
perseverante poligamia.

A outra obsessão é uma obsessão épica e as mulheres não vêem
nela nada de comovente: como o homem não projecta nas mulheres
um ideal subjectivo, tudo tem interesse e nada pode desiludi‑lo.

“Amanhã... hoje... é dia de ir embora, de partir, de deixar coisas que conheço e que amo e que tenho como seguras e certas para trás. Tempo de tentar ser feliz noutro lado qualquer... sim, como se tal fosse possível... passamos a vida a tentar partir e ser felizes noutro lado qualquer. Nunca seremos. Nunca temos as coisas que precisamos e não somos felizes por causa disso.”

Nem me interessa estar a divagar sobre estas coisas, todos sabemos como isto funciona.
Gostei imenso de alguém e essa pessoa também gostou de mim mas sempre divagamos em relação ao que seria essencial nessa relação.
É assim, talvez, que as coisas são, e não há nada que possamos fazer para as alterar...(Nunca seremos felizes)Ou haverá? Até que ponto não nos refugiamos em "nunca haver nada a fazer", para, de facto, nunca fazermos nada? É o Amor esta força descomunal e descontrolada de que falamos? Ou dizemo-lo somente para que os outros tenham pena de nós e sejam nossos, inteiramente? Somos animais, e bem mais irracionais do que aquilo que pensamos. Bem mais.Não somos máquinas. As coisas não são assim porque têm que ser assim. E cá dentro, vamo-nos convencendo que crescemos e que mudamos. E é nestas alturas que atingimos o limite irónico da nossa hipocrisia existencial.
Trabalho internamente para me alterar. Para não amar. Para não sofrer. Para controlar os meus medos. Sim... porque sou egoísta. Somos todos, se o admitirmos.Seremos? Quem sou eu, uma máquina numa engrenagem tão maior que isto que sei, para relativizar os outros todos nas minhas ponderações e dúvidas existenciais? Não somos todos únicos e diferentes? Singulares?O meu Amor é singular. E está, está sempre e está aqui, enquanto eu for existindo, para uma pessoa que sempre me apoiou. E não serei idiota, de sorriso plastificado, oculto atrás das minhas capas plásticas, a dizer que está tudo bem. Não está.Odeio a indiferença e o “não-estar” em que vivo.
És única sabendo que poderias proporcionar leves momentos de prazer à desgastada sensação de receio e de medo.
As barreiras vão continuar a “existir para todo o sempre”, tal como o sentimento…

Romeiro

Obrigado MAFALDA!!!