Traição...

Enquanto os nossos corpos estavam unidos murmuravas-me ao ouvido "quem me dera que nunca tivesses nascido". Fechava os olhos com medo que o mundo pudesse explodir de tanto prazer. Sempre assim. Nunca te respondi. Até que um dia, quando já estávamos deitados lado a lado tentando recuperar o fôlego, disse-te -"mata-me!" Aqui! Agora!

De joelhos, em cima da cama, uniste as mãos por cima da cabeça como que segurando um punhal e perfuraste-me o coração.

Rimo-nos até eu suspender a gargalhada. Levantei-me da cama e sentei-me numa cadeira no canto do quarto, a fumar um cigarro e a olhar para ti. Perguntaste “O que foi?” e eu disse-te "nunca pensei que fosses capaz de me matar, odeio-te!". Com uma lágrima no canto do olho, consciente do significado intrínseco daquele momento, imploraste "amo-te muito!"

O ódio é o posfácio do amor. Odiar é amar demasiado. É querer tanto alguém que não se consegue largar e eu ultrapassei essa ténue fronteira do "Amor... ódio..."

Durante horas fiquei a olhar para ti semi-nua, sem saber que fazer contigo e novamente perguntaste-me se não ia dizer nada e nada te respondi. Limitei-me a olhar a tua invulgar beleza. Voltaste a perguntar e eu voltei a não responder. Depois berraste comigo, acalmaste-te e acariciaste-me o cabelo, fizeste-me caretas. Tentaste provocar-me, mas em vão. A dada altura, nem sei bem quando, levantei-me, aproximei-me de ti e com um beijo na face para sempre selei o meu silêncio...

- No Post anterior agradeço a todos os que comentaram!

Penso que foi a 1ª vez que consegui 5 comentários! LOL

A todos muito Obrigado!