Nem sempre há caviar
Tu. Tu não és o meu príncipe. Não me vais salvar. Não vais casar. Não vais lutar: Não vais abdicar, sonhar, planear. És simplesmente o que és e não posso exigir mais do que isso. Gostava. Gostava que um dia me tivesses pedido em casamento. Gostava que não fosse uma questão de comodismo. Gostava que nunca se dissesse: bora casar. Gostava de ser tudo para ti. E não sou. Porque também sou só o que sou. Não sou nenhuma princesa nem alguém tão especial para ti. Sou fraca por não estar bem sozinha. E o meu preço é cobrar isso a toda a gente. Não ter ninguém para quem cozinhar. Não ter minguém com quem refilar. Passar a vida a desejar, ao ponto de estragar os momentos de hoje. Não quero planos, quero certezas. Se até para passar férias há tantas hesitações, se ao fim de cinco meses a situação continua a ser nova para ti, que certezas posso ter sobre a minha vida? Não vou dizer que serás a última pessoa, porque toda a gente sobrevive se há uma ruptura. Não acredito que ninguém morra por ninguém. Mas gostava de saber que é contigo que vou ficar. Por tudo o que eu senti por ti, pelos sonhos que tive. Queres banalizar a nossa relação. Enquadrá-la em padrões. Dizer que ainda não passou tempo suficiente. O que esperas? Até que ponto as pessoas se conhecem melhor? Quando há demasiadas hesitações é porque, no fundo, as pessoas nunca se amam. Ou continuam a ter receios que nunca vão desaparecer. Os medos estarão sempre lá. Eu nem sei se quero casar contigo porque tu nunca me perguntaste. Para ti, vem naturalmente. Para mim, é uma coisa que deve ser desejada. Para mim, é importante que esse sentimento venha de ti. Que tu, como homem, tomes conta de mim. As pessoas não amam de maneiras diferentes. Ou amam ou não amam, é simples. Se não mudam agora, não vão arrumar as botas depois. Mas gosto. Gosto da tua maneira de andar, comer. Gosto de te ver fumar. Amo. Amo o teu corpo ao pé do meu. Amo a familiaridade, a intimidade dos fins-de-semana. Mas tenho medo, com a paixão, de um dia acender todos os fósforos que estão dentro de mim de uma só vez. Aí só restará fumo. E não sei se serei capaz de amar outra vez. É disso que tenho medo acima de tudo. Do nada. Aconselho vivamente este livro * |
1 Comments:
Será um livro a ter em consideração!
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