Caixas de música sob um céu estrelado
A música que surge contra a minha vontade e vem, soberana, invadir os meus pensamentos. Milhares de caixinhas de música ecoam nos meus ouvidos e trazem-me à boca o sabor dos tempos perdidos. No céu, apenas as estrelas. E eu. Debaixo do mesmo céu que tu.
Talvez esta seja a única coisa que alguma vez tivemos em comum tu e eu. O céu e as estrelas, o sol e o luar. De resto, vivemos em mundos diferentes. Eu vivo saltitando em bocadinhos de algodão cor-de-rosa, pendurados num sonho qualquer. Tu, vives na dureza e negritude do asfalto. Eu morro e nasço e morro só para nascer outra vez. Tu, não morres só porque nem sequer sabes que estás a viver. Eu vejo o mundo, as flores, a relva, o sol, o azul dos dias felizes. Tu, tu vês o teu umbigo e nada para além disso. Eu sento-me debaixo do mesmo céu onde dormes e ouço caixinhas de música a sonharem-me enquanto te sonho a ti. Tu, tu dormes indiferente, sob o mesmo céu que eu, sem saberes que nele existem estrelas e luas e sóis e eu. Ignoras todo o meu mundo, como eu tento ignorar o teu. Pisamos o mesmo chão, estamos sob o mesmo céu e mais nada. Absolutamente mais nada. Para além disso, só uma música que só eu ouço, só um céu que só eu vejo, só um sentimento que só eu sinto. E sou feliz. Porque não sou como tu. Porque sei ver e sentir o que vejo. Porque me deixo levar pelo vento e pela música das mil caixas, enquanto tu estás preso às amarras de quem vive sem saber sentir o inigualável sabor do algodão doce das nuvens e do orvalho da madrugada. Talvez um dia olhes para o céu e me vejas. E talvez um dia chores por teres apagado o brilho das estrelas. Ou talvez nunca ergas os olhos... Ou talvez vivas e morras a olhar o chão... Eu... Eu vou continuar a deitar-me debaixo do mesmo céu onde dormes para ouvir a música e ver as estrelas e sentir a beleza sem fim de um mundo sem ti.
"- E quando um dia te tiveres consolado (porque acabamos sempre por nos consolar), hás-de sentir-te muito contente por me teres conhecido. Hás ser sempre meu amigo. Vai-te apetecer rir comigo. E, às vezes, sem mais nem menos, vai-te dar para abrir a janela, só porque é bom... E os teus amigos hão-de ficar de boca aberta quando te ouvirem rir a olhar para o céu. Mas tu dizes-lhes 'Pois é! As estrelas sempre me deram vontade de rir!' E eles ficam a pensar que tu estás maluco. Rica partida que eu te vou pregar, não é?"
4 Comments:
Hum... Agora não me devo estar a lembro de tudo o que li ao longo destes últimos dois meses neste blogger, mas acho que este texto foi o que me fez abrir mais os olhos, muito devido à mensagem que consegue transmitir na última citação, que poucas sabem essa mensagem, mas gosto sempre de pensar que somos poucos mas bons. Também queria referir que achei de certa forma engraçada a sequencia de imagens que foram colocadas durante as últimas duas semanas mais ou menos, demonstra vários estados de espírito, em que se pode imaginar como essa pessoa está, o que achei bastante interessante, porque há certas imagens que valem por mil palavras. Nada mais a assinalar...
Este comentário foi ainda melhor q os outros q eu li ultimamente...foi mais forte, emotivo, impulsivo, mas tirada duma história de contos de fadas, onde tudo parece bonito e singelo, mas na verdade nao é! espero e essa fase menos boa q estás a passar passe rapido..e q um dia...mais tarde...ainda te venhas a rir ás gargalhadas com as rasteiras q a vida te dá...o importante é saberes levantar-te! ..e ja sabes...estou por perto! bjinhos*
Foi dos melhores textos que apareceu neste Blog durante os últimos 2 meses.
Parabéns.Continua assim!
Sabes as unicas ideias que são realmente nossas são as que sentimos as outras são todas clichês!
P.S. - Acho que ele nunca entenderia este texto (a ti)
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