Retorcida pela DOR

2º dia do suposto inicio da minha vida. As minhas entranhas contorcem-se com a dor da tua ausência tão presente. Tão presente que ainda hoje estive contigo, não sei viver de outra maneira... Sorrias e eu chorava, e choro, compulsivamente... Choro pelo que tive, pelo que perdi, pelo que nunca vi nem vivi... Há uma Xana no meu lugar. Há uma Xana a viver dos batimentos do meu coração e a beber do sangue da minha alma, avida de ti. Dizes que posso sempre contar contigo, pedes que não me mate porque te irias sentir culpado... Olho para ti e vejo tudo menos verdade, vejo-a a ELA nos teus olhos... E vejo em mim um pedaço de nada... E sei que vez em mim coisa nenhuma... A tua inercia mata-me. Não me amas, não me queres, e eu, eu não sei nem quero viver sem ti... Prefiro morrer aos poucos contigo do que matar-me sozinha... Mas nem esse prazer me dás... Mentiria se dissesse que não és tu que me matas. És. Mas eu deixo, desde que fiques comigo enquanto eu morro. Preciso da tua companhia. Preciso estupidamente de ti.
Passei anos a esquecer-te para agora apenas te querer lembrar. Mas tu não reparas no meu amor... Apenas na beleza dela, dessa que agora tu adoras, dessa que agora é especial para ti... E eu morro aqui deste lado, sozinha, porque estou sempre sozinha quando TU não estás aqui... Lavo de sangue as minhas mágoas, enquanto tu lavas de beijos a tua consciência. Preferia o teu amor à tua culpa, mas só estás disposto a dar-me o teu dó, a pedir-me abraços e promessas que não posso cumprir.... Sim hoje vou cortar o pulsos outra vez, não para morrer, mas apenas para ver se a dor do corpo mata a da alma e a do coração. Sei que é em vão... Mas a única maneira que eu tenho de saber que estou viva é a ver o meu sangue correr, enqunto te sinto, enquanto te sei a correr para a Xana, a invejada. Dizes também que ainda gostas de mim. PROVA-O. Não me deixes morrer sozinha, mostra-me que há vida em mim, não me abras a cova a cada palavra... E não tenhas pena de mim, porque eu própria não tenho...